terça-feira, 25 de junho de 2013

Pequena Cantiga

























Minha cantiga tem tom de alvorada
De vinho e luzes de candeia
Anda leve em passos de tropeiro
Minha viola
Vida por um fio

Minha tristeza em gotas de alegria
Inunda o sertão da minha espera
E em cada riso, cada dor florindo
Perdendo versos
Quebrando tempos

Minha cantiga tem muitas canções
Que me abraçam na hora mansa do dia
E escondo em meu bolso vazio
A carícia de coisinhas
Em tom maior
De fantasias

Minha cantiga contigo vai
A saudade comigo vem
Como balanço
Como eco e sentimento
Como folia
E como lamento







quarta-feira, 19 de junho de 2013

Avante


















Abraça meu destino
Como me abraça o sono
E me vença como um beijo me vence
Sem que eu saiba o nome do gosto, que sempre se altera

Me acaricia a cabeça
Desenhando caminhos com seus dedos leves
Enquanto avançam as horas poucas
Em que esqueço que tem um dia inteiro
E o dobro dele, calculando meus limites
Como avarento espreitando lucros

Me sabe o peso que tenho
E as sementes que plantei
À palma desses cantos
Ao sabor desses ventos

Mas, acorda-me mais uma vez
Para ouvir a orquestra das inúmeras coisas
E o silêncio de tudo que é essencial
Avante...




sábado, 8 de junho de 2013

Acordando





Não sei destas manhãs, uma a uma
Quantas novas a nos tirar de tempo, irão
Quantas que bem longe, tantas vezes
Reviraram o riso
E a possibilidade de parar o tempo
No instante em que tudo parece estar mui bien

O sono, leve na alvorada, desperta
Como olho de pássaro
Como espada de ponteiro de relógio
Como hélice de moinho dos tempos
Como girassóis vermelhos

Íntimo inevitável
Vem no bolso em qualquer jornada
Pra qualquer momento novo, um a um
Como momento guardado
Único e  desmedido...