quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Indo






indo...
despertar no silêncio
romper o vazio com sons
paisagens breves esquecidas
encrostadas nesse rosto de vida

um olhar o fio comprido do horizonte
no mistério dos tons dessa miragem
de planuras e incertezas
de devaneios de menino

expressão pouca
banindo o desnecessário
ante as profundas verdades vivas
insubstituíveis como a malva
as pedrinhas e a criação

terno encontro no espelho do tempo
na lâmina das águas
nas mil línguas do fogo

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O outro lado






serra e vale
corpo do chão
adentram pelos olhos neste caminho
num tempo eterno

pontos brancos de lírios
se abrindo entre as folhinhas verdes
primeiros flocos de neve no sertão

na gruta junto à cancela
castelos de cristal e mica dormem
até que um conto, ao pé da fogueira
os desperte em noite de breu e pingos de estrelas

lá botarei um banco de madeira
pra ver na água os reflexos
que me escondem do outro lado

útero do tempo que me renasce
e me devolve o olhar de criança
pois somente sendo pequeno é que se cabe nesse berço

casa da minha casa
te beijo com meu sorriso...