sábado, 4 de abril de 2015

Sine Die

Abro os olhos fixos no infinito das coisas vazias a sua procura
a procura dos teus sentidos ou do som de teu suspiro
o ar não me basta aos pulmões nem o frescor dos ares me refrigera
calor estranho que me dilata e me verte em esponja dos males
desfilo num mergulho patético em coisas medíocres
em assuntos pobres
como se a noite não me fizera bem

(sine die)

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Instante





é preciso ir agora
desdobrando os mapas
com caminhos bordados e perdidos
neste mundo aberto que desfez a cama
logo cedo, de manhã

desfazendo o círculo para a reta
invertendo o perto
rompendo os corpos
sem nada retirar-lhes

movimento que estica sem partir
confundido o abraço
com o segurar sem abandono

sempre e agora esse equívoco
quando se percebe a força do instante
ínfimo, mas que cabe todo o universo