até quando sustentar a pálida aurora
que insiste silenciosa todos esses dias
sem as cores de fogo
para romper o cristal da taça vazia?
por quanto tempo o corpo
e a marcha da instituição social
ordenará leis mais importantes que o acaso de uma vida comum
que inventa fugas do seu quarto?
tantas perdas por ganhar
tanta coisa
o muito sempre foi deserto
e o desejo é uma caravana de perdidos
no meio do festival de coisas concretas
leve suspeita desse peso desajeitado
prestes a ruir ao encontro de sua natureza real
sustentação do insustentável
a qualquer custo
sem uma razão sequer
sem perguntas
elas são demasiado humanas
impróprias e proibidas
porque são simples
como um raio de sol