Por que afinal acreditamos em silêncio, como uma confissão íntima, uma conspiração de fé e de desejo? Como combater essa fé com as verdades naturais que sobrepõem tais fantasias?
Somente pela dor é que conhecemos a solidez dos objetos impenetráveis...Das estruturas imutáveis e desses cânones econômicos dos quais somos meros escravos...
Reino na minha imprevidência, no meu tempo pródigo e no meu apetite de desafiar minha existência solitariamente incomum e ínfima, na medida dos infinitos contáveis grãos de areia...
Creio em castelos. Mas até mesmo os maiores, e de verdade, ruíram.
Meus olhos têm que ir além da realidade pois não me conformo com o termo dos nomes, das funções, das leis...
E até mesmo as realidades possuem em sua essência, verdades maiores que as que podemos alcançar...
Não somente em castelos, mas em princesas também...
Minha fé é meu universo simbólico que exprime mais profundamente o acesso aos meus sentimentos mais íntimos.
Evoco esses símbolos... Pois o ser humano “é um meio, e não um fim.”
Mas o ser humano chega ao fim, morre. Os sonhos se dissipam, pelo elo que temos com o universo...
Nossa vidas passam... Não sei se devo me retirar às verdades das flores, das folhagens, dos ventos que erram “tediosos, por não encontrar o que buscam”, ou se devo construir castelos. Só sei que devo fazer o que acredito, pois somente isso me dará o consolo que preciso para passar... para existir no mundo. Resistir no mundo.
Hoje, depois de muitos sonhos e devaneios, sei privá-los do mundo austero. Guardo no meu universo simbólico e penso em conduzir tudo na medida que não rompa com os limites, para que tudo aconteça, que tudo se faça da melhor forma... Sendo uma ferramenta no mundo... uma ponte, mas nunca um fim...
Escrever é uma forma de aproximar-se do outro e de si mesmo. Poesia como forma de criar alívios.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Amadurecimento
Amadurecimento às vezes nos parece uma escolha nossa que não deixa de ter lá um leve sabor de coisa compulsória...
Se se há o amadurecimento, deve haver o apodrecimento... seria algo como fruto não colhido... Não escolhido... Mas nada que está podre deve ser ignorado, pois assim faz a carne de todos os ignorantes, tiranos, homens bons e maus, mulheres, pessoas de todas as raças, grandes realizadores, inertes, inúteis, miseráveis e maravilhosos... Talvez daí advenha parte da consciência moral que temos hoje em gostar das coisas que cheiram bem, ou que sejam inodoras. Mas que educação estésica os deram!!! Como pode afinal ser ruim o fruto que é verde?
E por sinal, se são também cores, as ameixas pretas quando estão vermelhas ainda estão verdes...
Mas há aqueles que envelhecem e nunca ficam maduros! Eis a diferença.. não somos da verdade do reino vegetal, mas vegetamos no reino animal!
Se se há o amadurecimento, deve haver o apodrecimento... seria algo como fruto não colhido... Não escolhido... Mas nada que está podre deve ser ignorado, pois assim faz a carne de todos os ignorantes, tiranos, homens bons e maus, mulheres, pessoas de todas as raças, grandes realizadores, inertes, inúteis, miseráveis e maravilhosos... Talvez daí advenha parte da consciência moral que temos hoje em gostar das coisas que cheiram bem, ou que sejam inodoras. Mas que educação estésica os deram!!! Como pode afinal ser ruim o fruto que é verde?
E por sinal, se são também cores, as ameixas pretas quando estão vermelhas ainda estão verdes...
Mas há aqueles que envelhecem e nunca ficam maduros! Eis a diferença.. não somos da verdade do reino vegetal, mas vegetamos no reino animal!
domingo, 13 de setembro de 2009
Universidades
A academia é uma “luneta do tempo” através da qual podemos nos aproximar e conhecer planetas distantes ou micro-universos. Nos oferece muito e pouco. Não é ruim nem boa, é o que é e o que a tornamos enquanto por lá transitamos.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Crepúsculo
Tarde... Tão linda é a tarde!
E tão lindo é o céu...
Esse sol que arde, com essa cor de mel.
Essa noite que desponta em rimas...
Mas essa tarde ainda lhe põe decotes de cores quentes
Em teu vestido de breu...
Vamos nos encontrar amor, pois já é tarde,
Ainda é dia.
Mas depois da tarde, do que foi tarde, resta a rotunda...
Depois do espetáculo, um mergulho nas cortinas que levam ao camarim.
Esmaecer num lenço as cores da face, para tornar a ser...
Somente na noite é que é possível ver estrelas, porque o sol não é uma estrela.
O Sol é mais que uma estrela. È a estrela.
E tão lindo é o céu...
Esse sol que arde, com essa cor de mel.
Essa noite que desponta em rimas...
Mas essa tarde ainda lhe põe decotes de cores quentes
Em teu vestido de breu...
Vamos nos encontrar amor, pois já é tarde,
Ainda é dia.
Mas depois da tarde, do que foi tarde, resta a rotunda...
Depois do espetáculo, um mergulho nas cortinas que levam ao camarim.
Esmaecer num lenço as cores da face, para tornar a ser...
Somente na noite é que é possível ver estrelas, porque o sol não é uma estrela.
O Sol é mais que uma estrela. È a estrela.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Concerto Solist
Quem teve a oportunidade de assistir ao concerto "Solist" que aconteceu no Teatro Carlos Jehovah dia 13 de março, sexta-feira, e sem a menor citação às tradições norte americanas quanto a data (nem quanto ao nome, já que não é inglês), teve contato com um repertório brasileiríssimo.
Bruno, desde cedo já se mostrava como músico verdadeiro por sempre se destacar nos lugares onde entrava para estudar violão, digo isso por imaginar que deve ter sido similar ao que presenciei quando o conheci, lá no conservatório municipal, hoje com o nome Conservatório Municipal Maestro Álvaro Mascarenhas.
Não poderia ter escolhido repertório melhor, Dilermando Reis, um dos estandartes do violão brasileiro com valsas belíssimas, cheias de ternura e as cerimônias que uma valsa deve ter em seus galanteios. Agustin Barrios, nosso bach latino, compositor paraguaio genialíssimo em usar harmonias clássicas com novidade e virtuosismo para o instrumentista. Villa Lobos, que dispensa comentários, já que o próprio Segóvia admitia que ele era a novidade para o violão no sec. XX.
Bruno executou tudo com serenidade, num espetáculo com acabamento e cuidados estéticos de muito bom gosto para os que assistiam, executando todas as obras num violão construído por seu Dió, que reside aqui em Conquista há muitos anos.
Tive a certeza de que faltam mais concertos aqui em nossa cidade. E esse projeto, ainda que sem muitos apoios, pela escassez de recursos no município e pelo pouco interesse do comércio por esse tipo de arte, em sua maioria, nos brindou com uma belíssima apresentação, repleta de boas músicas e com muito sentimento.
Estamos esperando o próximo para poder prestigiar!
Bruno, desde cedo já se mostrava como músico verdadeiro por sempre se destacar nos lugares onde entrava para estudar violão, digo isso por imaginar que deve ter sido similar ao que presenciei quando o conheci, lá no conservatório municipal, hoje com o nome Conservatório Municipal Maestro Álvaro Mascarenhas.
Não poderia ter escolhido repertório melhor, Dilermando Reis, um dos estandartes do violão brasileiro com valsas belíssimas, cheias de ternura e as cerimônias que uma valsa deve ter em seus galanteios. Agustin Barrios, nosso bach latino, compositor paraguaio genialíssimo em usar harmonias clássicas com novidade e virtuosismo para o instrumentista. Villa Lobos, que dispensa comentários, já que o próprio Segóvia admitia que ele era a novidade para o violão no sec. XX.
Bruno executou tudo com serenidade, num espetáculo com acabamento e cuidados estéticos de muito bom gosto para os que assistiam, executando todas as obras num violão construído por seu Dió, que reside aqui em Conquista há muitos anos.
Tive a certeza de que faltam mais concertos aqui em nossa cidade. E esse projeto, ainda que sem muitos apoios, pela escassez de recursos no município e pelo pouco interesse do comércio por esse tipo de arte, em sua maioria, nos brindou com uma belíssima apresentação, repleta de boas músicas e com muito sentimento.
Estamos esperando o próximo para poder prestigiar!
sexta-feira, 13 de março de 2009
Afinação
Viver com arte... Até mesmo no desengano, ou na sorte boa... no trabalho e na hora vaga... Dramatizar os sofrimentos como quem interpreta um Shakespeare, um Nelson Rodrigues, Um Sófocles... Rir como um bufão da corte de Luiz XV... Amar como um jovem tolo e ingênuo, ter a perspectiva de uma criança, ou de um velho ao acordar... Desconfiar sempre de que tudo pode ser ainda além do que vemos ou sentimos... Sentir a dança dos passos numa reles caminhada... a poesia das coisas mudas, a sinfonia das imagens, os ritmos os tons... Constatar que às vezes a vida social é como uma novela engraçada, trágica, enfadonha... Errar e ter medo de constatar ser seu próprio juiz... Tocar...
Tocar com gosto. Afinar, afinar antes de tocar... Afinar...
Tocar com gosto. Afinar, afinar antes de tocar... Afinar...
Moeda de Diógenes
Se pensas que és honesto, não vires a cara quando se olhar no espelho.
Se não tens espelho e desconheces tua imagem, perdestes o faro...
A força é falsa diante da inteligência,
A inteligência é falsa diante do sentimento,
O sentimento é falso diante da ética,
A ética é falsa diante do espelho moral,
A moral é falsa no espelhamento do aprendizado,
O Aprendizado, diante do desejo...
Desejo, dentro de nós...
E nós... Somos a própria face. Somos a moeda.
Se não tens espelho e desconheces tua imagem, perdestes o faro...
A força é falsa diante da inteligência,
A inteligência é falsa diante do sentimento,
O sentimento é falso diante da ética,
A ética é falsa diante do espelho moral,
A moral é falsa no espelhamento do aprendizado,
O Aprendizado, diante do desejo...
Desejo, dentro de nós...
E nós... Somos a própria face. Somos a moeda.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
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