um rio sempre parece tentar se esvaziar
sem nunca ter a mesma água
e mesmo assim, quando vejo um rio,
parece estar sempre ali, o mesmo rio
olhar, olhar o rio
sem parar...
ouvir o rio
imaginar...
correnteza que me pega
flutuar...
às vezes me pego estar como um rio
de águas quentes
correndo nas veias
desconjuntando os braços
todo o corpo
às vezes
apenas um barco
plena represa
às vezes
transbordo...
Um comentário:
E somos esse esvaziar/transbordar de que tem os rios. O novo sempre passa, mas não fica como novo, um processo "psíquico dialético". As vezes passa-se tão rápido que não conseguimos percebê-lo. Mas o perceber é quase sempre uma mistura de belo com misterioso que desperta o medo, o medo que move o corpo e a alma.
Seus poemas são ótimos para pensar, leio quando necessito sair da agitação e venho cá para poder pensar rsrs.
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