as águas desse pequeno riacho têm mãos fortes da vida
tem nossas almas em sua correnteza
tocam forte nosso tronco
águas densas e cristalinas
estranha presença dessa vida
estranha força que nos aperta
estas carícias da existência e suas levezas imensas
suas formas tantas contradizendo as histórias que inventamos
pra sermos metáfora do impossível ou pra existir essa palavra
e nos vestirmos dela e nos aquecermos da indiferença
da falta de diálogo entre o sentimento e o real
tão simples esse riacho
cristal que molha as páginas desse caderno de sonhos com o verbo da água
tenho pena dele e da natureza
pois não conhecem o amor
nem jamais lerão esse caderno