Essa janela é pequena
E quer ser a janela do mundo
Essa janela é azul
Mas não dá vista pro céu, nem pro mar
Janela incerta e duvidosa...
Não define a paisagem
Não posso me sentar nela, nem dar-me aos cotovelos
E ter meu olhar aberto, mais que ela
Nem entra o vento com o ar de fora
A moça não espia
O menino não te salta através
Não se ouve o "Ô de casa"
Nem passa água do balde, para o seresteiro
Janela do mundo
Dos espiões
Da inconstância tétrica
O quadrado, redondamente enganado
Janela dos pegadores de ratos
Gatunos, dedo duros
Essa janela que cuspo e como
De Janeiro à janela
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