o coral finda a sinfonia
aquieta-se como uma nação vencida
que não sustenta o olhar entre si
último movimento, vacuidade do fim
o a partir, agora, sem valor algum
é quando tudo torna-se mais leve
quando a cama desliza para o meio da rua
os sapatos dançam na pia um cinema novo
e garfos e livros juntos num trabalho de outono
a nova lei paira nos ares
com cheiro de peixes azulados
o aroma das carnes aflorando
canto dos cutelos na pedra rósea do altar
entoam uma revolução musical
o momento toma emprestado o corpo
e lhe repõe no engenho do mundo de estivadores mudos
deleitando-se com o cigarro
lenta, a fumaça desenha um corpo de mulher
se desfazendo na penumbra e na brisa...
canto, o hino dessa nova pátria
sob o mesmo céu, mesma terra
mesmo rio da aldeia
sempre ali, como os dias
sempre como espectador cego
das fábulas vivas...
ou somente rio
é o que no fundo deve ser
apesar de todos...
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