se ainda for e for o caminho, o grande mundo
sem idade nem distância
capaz de florir o verbo existir
de parar os operários incansáveis da grande máquina mundi
como se fora o momento de intervalo
no qual todos interrompem as forças de trabalho
para se deleitar com suas marmitas frias
se ainda houver tempo
tempo físico, mecânico
entre estrelas e alvorada
ou sob o sol e as marés
que seja como o sangue e os rios
desviando os caminhos
instante do que permite
uma razão despida e simples
o planar do ser no intra-real
nos mistérios expostos na matéria
e suas formas feitas e desfeitas
faz ver que pode ser longe demais o aqui
e toda sua infinidade
até o momento que começarem os ruídos
dos garfos e colheres no fundo das marmitas
retorno estridente e áspero de ferro e aço
perfurando o oposto
a substância das gentes em armaduras
moldada em fria clausura
para os corações quentes
dos seres obedientes