domingo, 13 de abril de 2014

Diálogos






minha mão pulsa os dez tempos de meus dedos
peregrinos e cegos amantes
pobres eles se me deram luvas brancas pra tocar sua pele
para não haver diálogos profundos
como a impossibilidade de tocar uma escultura mais que com os olhos
corpo que não se separa do estado instituído pelo pensamento
julgando continuamente os desejos lentos
a serem obedientes e nulos
e por que não corromper estes crivos
com a ponte que nega a roupa e tudo que veste
que nega as cores e as texturas
os fios e a matéria destes embrulhos
apenas com o encontro das formas
em um único eixo que nos equilibre
e nos livre dessas penas
num encontro, apenas
de nossos pesos no silêncio de um abraço...

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