terça-feira, 9 de setembro de 2014

neblina





Imensa nuvem cinza
Estendia-se por todo céu
Em neblina

À rua, descoberto, ouvia a canção francesa num jeito blues
Estranhava tudo e cada justa coisa
Obviamente como deve ser cada coisa
Imperiosa e indiferente

funcionalidades tantas
em tantas coisas
e sempre a falta essencial
de uma estória que as conte
e as inclua como cenografia
sem deixar de lado a menor das coisas

mas ainda ali
no inverso da vontade
por todos cantos vasculhados naquela noite
competindo com as infindas gotas sem sal

olhar apertado
o canto se extinguindo  um pouco para fora daquele lugar

Não era a versão que preferia
Mas era a canção
Não é assim que se deve viver
Mas é assim a vida...

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