segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Fuga Nº 2





narrativa silenciosa dos objetos
numa língua morta
Lázaro instante em que as vejo
e contemplo de minha frágil trincheira

dias de guerra fria
mutilações incorpóreas
mapas perdidos nas travessias
guerra sem lados
sentinela insone
confrontos da espera

são apenas os dias
nada mais que isso
nada mais que o exército de coisas
o pão da padaria
o café, o vinho
o preço e os produtos
a lista de necessidades em marcha

no pouso dessa jornada
mesmo que a fumaça do cigarro
insista em me lembrar de nuvens
e a me desarmar a pele
será como um soldado
deitado na campina
desertor da guerra
olhando o céu


Nenhum comentário: