Dona moça
me dá um copo d'água
pra matar essa sede
que não me deixa pensar
sede do tamanho dessa tão comprida estrada
um copo d'água
com o frescor bem parecido
com seu rosto sereno
uma sombra na jornada
um copo pequeno
água limpa dum poço escuro
minada da terra
guardada no pote
de barro vermelho
vermelho bem rubro feito o coração
Dona moça me diga
o que tem no pote
que não importa o tempo
a água é bem fria
vai enchendo um copo por dia
mas fica vazio na escuridão
Dona moça, obrigado
já volto à jornada
mas a sede não passa
Sinhá moça, sei
agora levo comigo
da água, o frio
do pote, o vazio
do tempo, o caminho
mas a sede não passa...
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