mais quieto, talvez
até tudo passar
sem vez, ficar de fora
e por fora, sem entrar
antes, o futuro
mas só se pode ter o agora
e o agora é uma ponte sem fim
que transforma toda chegada
em infindas pontes abertas
e a travessia, uma cruzada
andar, talvez mais tranquilo
e talvez seja tudo o que importa
esses passos, nada mais
ouvir cada instante
sem rumo
com prumo
no tempo desse coração batucador
andando cirandeiro
dançando na festa de qualquer dor
e se por acaso o amor for vilão
for a punhalada, o peso e o pisar
seja essa estrada
com curvas de sorriso
e olhares de improviso
apenas quieto
como a pausa que antecede a música
pra aumentar a fome
do banquete da vida
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