esquecemos tanto
a cada dia
do aroma que evapora
em tudo que é dito
com encanto de sorriso
em cada palavra
em cada vírgula desenhada no rosto
no canto da boca
será coincidência
o céu ter a sua essência
ao ver na nuvem branda
que só de olhar
muda o tempo da vida
e nos faz respirar?
um azul que invade o peito
como se pudesse voar
esquecemos tanto
de como a pele desperta
com o simples leve toque
esse jeito mudo de falar
bem mais do que pode a língua
bem mais que um poema
sem nada faltar
um corpo só
é um monólogo quieto
um grito sem eco
na gaiola do peito
tão presente é a incerteza
se esquecemos tanto
como algo que já foi vivido
ou terá sido sonhado
ou num devaneio, imaginado
misteriosa lembrança
essa que insiste sempre
forma estranha de se encontrar
Um comentário:
"De louco, cada um tem um pouco"... de sonhador... também. Quanto mais imaginação, quanto mais sonhos, mais loucos somos nós. Faz sentido este texto, pois as vezes é preciso esquecer para não enlouquecer, ou pelo menos tentar.
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