porta aberta
encostada
por onde entrou um raio de luz
pela fresta, um fio de luz
feriu como um amanhecer
era para ser visita
deveria ficar na sala
e não esses passos adentro
para os cantos de quem mora
não devia saber o linho
das nuvens do lençol
nem era para este céu coberto
de tantas tempestades
abrir-se em flor nessa manhã
na morada silenciosa
não se segura um alvorecer
ora dia, ora noite
agora, casa sem teto
cômodo vazio
trancas rompidas
janelas estilhaçadas de olhos turvos
tudo fora de lugar
apenas um lugar
marcado como uma fotografia
para se guardar
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