não me permitiram entrar no seu quintal
tão pouco entrar na sua casa
assim fiquei do outro lado da rua
lá estava aquele lugar impenetrável
revestido do meu olhar
mudaram minha rota
com o cuidado e a precisão que tem o desencontro
espelho intransponível que guarda dentro um outro mundo
meridiano que separa a fortuna duma pobreza
fronteira de outro país
e eu estrangeiro sem ter mesmo imigrado
cruzar a rua
quebrar o espelho
invadir
qualquer forma será proibida
será uma contra-mão para esse cavalo solto na rua
um dia ainda pego o acaso distraído
e inventarei um salto que só a leveza permite
que só o esquecimento pode abrir passagem
para enfim errar mais uma vez
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