quinta-feira, 30 de maio de 2013

Alvorada





Me liberta...
Dessa coleira dos dias
Desses dias de cólera
Que não me suportam esse costume meu

Me dá o tempo
Da vida desacostumada
De cores sem formas
De pedra e folhas verdes

Vida entre as ruínas
Heras retorcidas
Laureando colunas rotas
Em sinfonia de ventos frios

Dá-me uma porta sem trincos
Um portal
Que possam atravessar por ele, meus sentimentos
De como ia brincar no quintal

Dá-me um tempo
Que não deixe o amanhecer
Arrancar-me desses braços
Do sonho, da madrugada
Da brincadeira
Do pouco que é meu









sábado, 18 de maio de 2013

Correnteza







Quis subir pra ver o céu da noite
Mas tinha um sol no meu peito

Quis também vestir-me do sol do dia
E um manto a me dizer, faz frio, mentia...

E tanto a me enganar, a dor florindo
Em tantos desiguais sentidos

A sede em mim nascia
Por um copo d´água de rio corrente
Um elo que solta e que chove
Na alma, o vapor que corre
Que no leito, são afluentes
A cruzar o paralelo e o infinito

Pela regra do ser, que nunca cabe
Pela regra da vida, desconhecida...