Rio de você
Que não se molha nessa idéia
Que não está de braços abertos
Que tá doente do pé
Que samba seus conflitos
E chora na roda musical
Que não notas
Não violas os laços do Bomfim
Seu riso de muletas
Seu peso e suas asas
Deu branco na razão
No fole furado do coração
Te rio, Rio seu, rio de você
Rio de todos
Rio meu
Olha o Boi da Cara Preta
No carnaval de desalinhos
Num enredo de Arlequim
Dó sem penas, travesseiro
Sonhos, linhos
Teus queridos, suas mãos
Mamulengos os teus pés
Entre a terra e a areia
Descalços e finos
Pela chuva
Seus caminhos limbos
Seu mar e seu sertão