terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Lunas





me roubam a  lua cheia
impiedosamente, de meu peito
sem devolvê-la ao céu

apagam com cortinas argênteas
o rosto que contempla a noite
rochedo triste que tenta desmoronar-se no vale
até o lago

pele de mica e olhos de cristal
da gruta onde nunca seca a fonte
do mundo interno
que liga as águas como veias da terra
por onde flui o sangue errante
que atravessa os tempos
com a sede do corpo

essa lua que se esconde
como olhos fechados
um calor frio
o peso que mergulha fundo
embaralhando o espelho das águas
a inconstância estremecendo
até que retornes, plena
como o sol e o sorriso
até que se possa ver de novo
a iluminada





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