quarta-feira, 7 de março de 2012

Conto de fados



"Ele morava na mesma rua"
E ela tão nua e deserta
Tão suave como as curvas dos trilhos
Ébrio, em desalinho, comigo

Cada esquina é um caminho
Dando voltas de canção

Encontro muita gente
E sou livre, como um cão das ruas
Um coração sem dono
E pulso no peito da cidade...

Não é preciso amar
É preciso viver como as ondas que marejam o Danúbio
É preciso saber morrer como as folhas desta estação
Sim, é preciso cultivar
Amar não

É preciso encontrar a perdição
Ter estômago
aceitar a razão dos atos
Desvendar a feição das cenas
Matar a personagem e descobrir o autor
É preciso saber a dor
Morder a maçã e saber o gosto da abóbora
Mas, já são 10:35, minha carruagem vai partir

Mas é preciso guardar o encanto
O enquanto
Voltar e rir
Quando lembrar
Quando partir...

(Linz, 24/08/07)

Nenhum comentário: