um amigo me lembrou
na hora certa
de forma mais desmontada
assim como o inesperado
rompendo a ordem, a normalidade
no meio da queda
ao segura-lo, eis que me puxou para o real
sem sobrepor com nada que parecesse com o normal
rompendo a casca, com um desejo sofrido
como se tivesse uma jaula no peito
se o corpo é livre e a alma, uma represa
faz passar fome em um banquete
é o medo de viver e seus grilhões de plumas
a pena riscando nos tribunais da consciência
e a conveniente espera dos chacais
e tudo isso não passa de uma página perdida
como uma história ruim que parece ser mais longa
regida pela gramática dos cortes
a navalha da língua dividindo os sabores dos versos
a rima presa no mote das cancelas
dura travessia que perdura
cavalo, sentimento e cia
a batalha, arreios e armadura
montaria, página virada
estrada,
estrada...
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