terça-feira, 5 de março de 2013

Polifonia














Minha solidão abarca meus segredos
Fico a derivar meus motivos por úmidos caminhos
A matar minha sede com espinhos verdes e flores secas 
Como hélices de moinhos de Van Gogh 

Sim, agora o deserto, com versos de vento e areia,
Me afoga com o raso e o profundo,
Com o azul e o sol. 

Me findo contemplando pipas fecundando nuvens
Sem saber voltar ao chão 
Aves sem patas na apologia das distâncias 
No limite do carretel

E na redenção da noite,
No ensaio polifônico das bocas malditas
No apedrejar de líguas à humanidade
O resgate tácito do sensível pelas sombras e olhares
Entrepoemas, 
Manifesto canto
Livro, copo e fim.


2 comentários:

Flor de sal disse...

Sedosa e fluida a melodia daquela noite. Puro silêncio entre o corpo e a página.

Anônimo disse...

E RECOMEÇO...