domingo, 10 de março de 2013

Fuga nº1





Nas lacerações do pensamento
O corpo ainda se sustenta
Amargo
Assim são os cortes todos
Planos, retos, implacáveis
Espelho cego a dividir a face entre luz e sombras
Entre  riso e espanto
A inteligência, além e sobre tudo, mantem íntegra a forma
Como uma ração necessária aos encarcerados
Esses seres domésticos na dança da liberdade do quintal
Enquanto cercas com farpas desafiam a carne dos sentidos
Enquanto os muros abrigam os desvalidos
E outros se amam com frases breves
Com riscos e manchas descoloridas
Embora cortes também dividam
Cortes renovam as ramas
Salvam vidas
Até mesmo dos que não sabem o que é viver




Nenhum comentário: