sábado, 23 de maio de 2015

Sorriso







era uma noite de rua
toda em paralelepípedos de nuvens
e céu de Van Gogh

e nela foi o abraço de sangue corrente
o toque de mãos fluorescentes
olhar vivo de brilho agudo

era apenas a existência
e tudo que é intransponível ao corpo
era uma vez eterna 
uma resposta
tão simples como panelas penduradas na cozinha

a grande obra d'um anonimato
na brevidade 
instante em que todos os problemas foram resolvidos

beco perdido
a plenitude em um banco de rua
agora guardado
como a mais bela tela na escuridão da noite
de rara visitação










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