segunda-feira, 9 de abril de 2012



Ao ver um sabiá
Estaca, antes que eleve o pensamento acima das árvores
Pondera

Pena
O cair duma ideia

As poucas folhas do pomar da musa
Colhas

À sombra, ouve o canto
Pranto

Antes da primavera
Espera
Depois da alvorada
Nada...


Um comentário:

Anônimo disse...

"
...Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver."
Sofia de Mello Breyner