Pedaços...
Apenas e enfim...
Quando me ensinaram alguma coisa
Quando me contaram alguma estória,
Alguma norma, algo de útil
Algum encontro, que não soube como guardar
Mas permaneceu uma parte, um fragmento mínimo na memória
De alguém que dividi a mesma sala na escola e não me lembro o nome
De um monte de assuntos dos livros regulares
Das lições infindáveis que me roubavam as manhãs de sol
Das infindáveis banalidades de uma vida
E tudo que julgo saber são pedaços
De sabedorias maiores, de maior campo
Enquanto fico na sela de meu saber
Rodeado de pedaços de sentidos
Sentidos velhos, esquecidos, como os instantes daqueles, presentes
Descontinuidades mutiladas pelo tempo
Que não há volta para elas, ou simplesmente falta o olhar para elas
Mesmo os pedaços que julguamos inteiros
Até que sejam mutilados pelo espaço de um dia, ou de muitas eras
Mutilados por uma vida nova
Por alguém que mutila, ou nós mesmos mutilamos
Pois somos feitos de carne e lâmina
Feitos do primeiro corte
Carregamos esses pedaços
Como vindo de uma feira
Passeio cobiçoso para matar nossa fome
Ou apenas nos enchemos de incabíveis
E sabemos do seus pesos pela marca da roda no caminho
Nessa galinhota singela
No retorno de casa
Nos calos das mãos que se escondem nos olhos
No vazio e no caminhar
No abraço do sono
Depois de uma jornada
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