assim ficou o mundo
estranho, mudo, zombeteiro
poluindo os ares dos inspiradores
com o plasma inodoro do hoje
fadiga que embebeda
estranha natureza decompondo-se
se recompondo talvez
por ser natureza
e o possível, esse compositor
com uma estranha mania
abre-se demasiadamente
para a inconsistência
compositor irônico
se ri das melodias
jaz a harmonia
na simples incompatibilidade
entre a física e a matemática
tem o tom da pedra
o peso da queda
o voo da folha seca
estranha canção sem alma
seria esnobe demais se chamar arte
hipócrita demais se dizer nada
por enquanto
melhor não perder o ritmo
por ora
melhor manter o quaternário
vai restando viver de improviso...
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