e foi escrito nas paredes
estes livros abertos
com tantas histórias
estes livros fechados
de memórias desbotadas
muitas sombras dançaram levemente
desformes, se misturaram
sem que possuíssem as cores
pulsando seus pincéis
na inconstância dos dias claros
e nos embalos dos luminares noturnos
muitas portas se abriram
para além do quarto
para dentro e para fora
para as ruas da cidade
outras se fecharam
e perderam os trincos
vida sem teto
com cores de frio e calor
casa do acaso
palavras varridas pelo vento
as sombras dançam agora nos becos
umas sempre no mesmo lugar
no mesmo caminho
outras breves manchas sujas
nas roupas do andante
se assombram corpo a dentro
no desmoronado instante
na pluma das mãos tangidas
um espalmar florido
dum entulho sobre o papel
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