sábado, 4 de junho de 2016

modal subjetiva



assim ficou o mundo
estranho, mudo, zombeteiro
poluindo os ares dos inspiradores
com o plasma inodoro do hoje

fadiga que embebeda
estranha natureza decompondo-se
se recompondo talvez
por ser natureza

e o possível, esse compositor
com uma estranha mania
abre-se demasiadamente
para a inconsistência

compositor irônico
se ri das melodias
jaz a harmonia
na simples incompatibilidade
entre a física e a matemática

tem o tom da pedra
o peso da queda
o voo da folha seca

estranha canção sem alma
seria esnobe demais se chamar arte
hipócrita demais se dizer nada

por enquanto
melhor não perder o ritmo
por ora
melhor manter o quaternário

vai restando viver de improviso...


Nenhum comentário: