domingo, 25 de setembro de 2016

Dois mundos





te passo nessa travessia
com olhares estradeiros
ruminantes e cansados

miro esse sombreado
e deixo o vento suspirar no rosto
alívios breves

os silvos na galharia
deslizam como dedos nos cabelos

meus pensamentos, estes rebanhos soltos
precisam descansar em tempos
também meus joelhos, rotos
desta caminhada

depois me erguer nesta campina
quase como um tronco
mesmo ressequido
como se tivesse cem anos passados
e tudo esquecido...

dois tempos perdidos
dois mundos, lado a lado
destemperados
guardados na quietude
entre a árvore e o viajante
entre o ali e o adiante...









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