sexta-feira, 27 de janeiro de 2012





Lembrando Anchieta...


Esquecer, para a calma bailar um pouco
Apagar tudo que se descreve na areia
Todo risco é coberto, é movido
Imerso n´água tudo flutua...
Todo peso é mais leve
Toda certeza é nua

Uma espera
O giro lento do dia...
Desperto sempre com o vento vivo e sem dono
Com a lembrança da pele no toque frio do mar

E como apagar, se teu texto agora é onda
Mar, é areia, céu, vento?
Se a natureza é uma estante de antigos pergaminhos
Incunábulos, papiros...
Uma primavera de páginas revoltas
Se é professora e eu apenas um aluno tolo
Por pensar apenas
Que em tudo pode haver poemas

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Esquina do Mundo


Vamos só até ali na esquina...
vem comigo.
Não há muito o que falar.
Pensar, só um pouco. Talvez nem isso.
Nada de importante acontecerá de fato.
Mas tudo acontece agora...

Nesses poucos passos,
Algumas lojas, Algum café, bar...
Um gato macaco velho
Com um certo tédio no olhar.

Um barulho de fundo como esteira.
Trilha confusa e breve,
Desenhando no imaginário imagens que escapam
Pelo norteado olhar na calçada...

Esquina perto,
Nada disse, ou que lembrasse ter dito...
e virando-se foi embora...
Só me lembro que me deu a mão...

sábado, 14 de janeiro de 2012

Presente

Aquilo que é, é algo que tece uma narrativa própria.
Num completo silêncio a presença se desdobra em volume, como os ventos nos lençois estendidos.
Enche palavras pequenas, atravessa, explode as palavras pequenas.
Espraia em sentidos maiores que a palavra.
Inunda, naufraga qualquer que tenha forma definida...
Transforma tudo que se diz, em ruído de fundo. Nada importa...
E uma presença fica ali ao lado da outra
E nada mais importa porque a vida se mostra
Num momento suspenso, leve
O corpo se dissolve, desaparece...
E todas as perguntas se calam...