quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

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música...

é como um momento de descanso de tudo que é ruim...










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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Reverie




inunda...

a cor bebe o intenso dos olhos
molha em teu sorriso de adeus
pois a falta abre o imenso agora...

domingo, 26 de fevereiro de 2012




escondo meu caminho...

escondido o invertido mundo inteiro
toco mudo
ora flor, ora botão (espinho)

mundo que vejo
e ausente dorme em segredo
mas sonha

tanto que dá medo e espanta
tanto que esse silêncio canta...




quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Esquecimento...



Não eram de chuva, nem era o refrescante aljôfar que arredondava-se como pequeninas lentes, definhantes como lesmas arrastando pelo vasto e obscuro rosto meu. Não. Nem saberia dizer de tão ébrio, se fora meu descuido com a bebida alvoroçada naquele copo raso, que aspergiu no lapso de meu gesto incauto. Já nem sei se foram lágrimas, nem sei mais se o rosto era meu...

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Ainda



Ainda é cedo
Quem sabe?
Quem sabe se cedo é acordar ou ser acordado
Quem sabe se não é medo confessar...

Quem sabe se ainda é morna a água desse rio
Se dele saindo sinto frio
Se na tarde o por-do-sol se deita nessas águas
E o meu corpo flutua
Como se o rio me dera asas...

Quem sabe agora sou ave...

Quem sabe sou apenas
Uma dúvida a naufragar poemas

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Lírio

Dentro
A beleza se esconde do louco bonde do olhar
Se esconde atrás dela mesma
Vegeta o corpo devagar
Envelhece o caminhar do peso
Envelhece o tempo

Envolta na seda fina, vestido da pele
Vestida de branca nuvem, algodão
Perdida num negro céu
Atada e firme descolorindo a espera
Pendular de ciclo breve
Cada vez mais leve
Mais semente...

E vindo o estalar do canto
Um romper  em trincos secretos
Escopo repartido em concha da estação dos ares

Expande teu leque repleta
Inclina, espalma tua flor de pétalas raras
Voa livre
Revela teu pulsar de outono
E pousa com abandono
com teu lírio no ombro meu...

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Conto



meio sou
do que me completa
conto que estou e sou ao lado
conto com meu infinito
com o abraço dos meus dedos
cuidadosos e firmes
querendo vestir-me da luva de tuas mãos


conto com o poder contar
dividindo-me para ser maior
ser um todo completo
ser com tu
e ser mais perto

ser à sua volta
um invisível dentro e ser a sua pele
ser a ponte que nela possa andar
e passar pro quarto mundo
ser uma forma de te achar

Ser cúmplice seu
Ser sendo o que sou eu
Ser se comigo fores
se contar as flores que deixo em suas mãos
E ser a flor o que conto
o amor o "pronto"
a coisa
eu conto


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Estação de Ferro



quero errar todos meus caminhos
como único querer que me move o não
caminho é passo
do coração incerto

é verso que é o outro lado
atrás da estação
onde não há linhas
descarrilando tramas toscas
duras como ferro
pelos cantos
anunciando partidas
com o berro anti-lírico

uma cena tola
de um péssimo ator que não convence no roteiro
da interpretação de sua própria persona
esse não autor, máscara oca
é casca que do vazio dos olhos
escorre única lágrima...
e toda sua essência se esvai em cena
é quando cai o pano
é quando existe a certeza do engano