terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Rio















um rio sempre parece tentar se esvaziar
sem nunca ter a mesma água
e mesmo assim, quando vejo um rio,
parece estar sempre ali, o mesmo rio

olhar, olhar o rio
sem parar...

ouvir o rio
imaginar...

correnteza que me pega
flutuar...

às vezes me pego estar como um rio
de águas quentes
correndo nas veias
desconjuntando os braços
todo o corpo

às vezes
apenas um barco
plena represa

às vezes
transbordo...

Um comentário:

Ana Carla Risério disse...

E somos esse esvaziar/transbordar de que tem os rios. O novo sempre passa, mas não fica como novo, um processo "psíquico dialético". As vezes passa-se tão rápido que não conseguimos percebê-lo. Mas o perceber é quase sempre uma mistura de belo com misterioso que desperta o medo, o medo que move o corpo e a alma.
Seus poemas são ótimos para pensar, leio quando necessito sair da agitação e venho cá para poder pensar rsrs.