sábado, 17 de março de 2012





Poesia,
Manto que envolve,
conforto estranho que cobre e deslisa
cúmplice nos íntimos percursos do corpo. 
Corpo que nela encontra voz,
encontra uma boca, 
instrumento de virtudes e de zombarias,
de cânticos e gritos,
de silêncios esculturais...

poema, um outro que é também o próprio poeta,
esse tal que se promete além,
sem ver a si,
tão qualquer, tão comum por fora e nos lugares
Este se envolve nessas páginas como no manto.
Essa ilusão que cerca, 
que retorna,
que gira sobre si,
assim como a terra
E não evita suas estações

Corpo retorcido, controverso
transpirando a alma que é sempre mais presente
essa que é sempre a que espera,
que sucumbe ante a integridade das formas.
Alma, água capaz de fazer os seres beberem-se
sedentos de essência nua...
Capaz de apaziguar a guerra da insatisfação e do desejo,
Com silêncios de derrotados e sorrisos de estúpidos delírios,
de novos vazios
esses nadas que se manifestam
e conhecemos pouco de seus tamanhos...
estes sempre estranhos...







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