sábado, 7 de julho de 2012

Anti-poema




Sem poesia
Mesmo saltando assim para próxima linha
Dando essa forma, enganosa
Devo rir de quem pensar que é algum poema
Mas a força da "forma de poema" é tamanha
O ritmo das frases
Dissecados por estas minhas palavras
Como um espelho, com olhos de um analista
Só querem assustar a quem ler
Apagar qualquer significado que se forme
Não é poema, é um buraco
Apenas cavando um buraco com palavras
Nesse monte de terra sem nada
Cavando com muita energia
E nenhum raciocínio
Nenhum sentimento, ou talvez um sentimento revolto
Cavar estupidamente...
Não permitir o sentir um poema
Escrever des-escrevendo
Não é nada
É cavar e criar vazios
Até que me caiba
E me tornarei semente

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