domingo, 25 de novembro de 2012

Apenas




Queria te tocar
Com o indecifrável dos meus sentidos
Que não transpõem do corpo para um além imaginário

Tocar com um silêncio de escultor
Com a entrega das mãos que mergulham no barro
Como mãos de cozinheira
Tão rudes a preparar o sublime
Sem saber como tocar o próprio rosto

Queria deixar minhas mãos leves
Lentas como o azeite
Para te alimentar dum calor sadio
Como criança que só sabe o mais perto
Inteiramente nua para receber a primavera
Com o intenso dos odores
O brilho em sua pele
E banhar-se  inteira
Depois adormecer...


6 comentários:

Recorte e ditos disse...

Que poema tocante! Adorei mesmo!! Tão bem feito! Parabéns! Beijo Yri Maya

Anônimo disse...

Nossa, João, que lindo!!! Muito lindo!!!

Anônimo disse...

Nossa!!! Emocionante... Ler estas palavras fez-me refletir quão importante e significativo é um toque capaz de fazer extremecer, ouvir, sentir.

Mar disse...

Lindooooo...! Meu amigo, você realmente me tocou com estas palavras, rsrsrs.

Flor de sal disse...

Respirar na memória da pele. olhos que passeiam. molhe os lábios e a boca.Cultue os sentidos

Anônimo disse...

Me encontrei nesse poema!