quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

"Poi piovve dentro a l'alta fantasia"





É como no sertão a chuva
que nem sempre lá desmancha
viver de esperar, de guardar a fé
a sulina da demora estala
olhando se no céu um ramiado de nuvem
daquela que vem no vento norteado bem querer

o coração trovoando de medo e de alegria
de ver a chuva beijando o chão
chovendo me beija
inunda minha morada até as vazantes
um cheiro que invade a casa pelas janelas
um barulho de incontáveis alegrias
cristais alados brincando no telhado

um calafrio no rosto
um arrepio nos braços
e a roupa toda molhada
pois ela me pegou
no meio do caminho de casa
quanto mais corria, ela me abraçava
quanto mais sorria, ela me molhava

e depois no estio
uma calma fazia
todo me recolhia
porque, ela agora
o sertão guardava...

Um comentário:

Flor de sal disse...

Na pausa dos pingos
chove nos olhos
de quem tem sede de chão.