segunda-feira, 16 de março de 2009

Concerto Solist

Quem teve a oportunidade de assistir ao concerto "Solist" que aconteceu no Teatro Carlos Jehovah dia 13 de março, sexta-feira, e sem a menor citação às tradições norte americanas quanto a data (nem quanto ao nome, já que não é inglês), teve contato com um repertório brasileiríssimo.

Bruno, desde cedo já se mostrava como músico verdadeiro por sempre se destacar nos lugares onde entrava para estudar violão, digo isso por imaginar que deve ter sido similar ao que presenciei quando o conheci, lá no conservatório municipal, hoje com o nome Conservatório Municipal Maestro Álvaro Mascarenhas.

Não poderia ter escolhido repertório melhor, Dilermando Reis, um dos estandartes do violão brasileiro com valsas belíssimas, cheias de ternura e as cerimônias que uma valsa deve ter em seus galanteios. Agustin Barrios, nosso bach latino, compositor paraguaio genialíssimo em usar harmonias clássicas com novidade e virtuosismo para o instrumentista. Villa Lobos, que dispensa comentários, já que o próprio Segóvia admitia que ele era a novidade para o violão no sec. XX.

Bruno executou tudo com serenidade, num espetáculo com acabamento e cuidados estéticos de muito bom gosto para os que assistiam, executando todas as obras num violão construído por seu Dió, que reside aqui em Conquista há muitos anos.

Tive a certeza de que faltam mais concertos aqui em nossa cidade. E esse projeto, ainda que sem muitos apoios, pela escassez de recursos no município e pelo pouco interesse do comércio por esse tipo de arte, em sua maioria, nos brindou com uma belíssima apresentação, repleta de boas músicas e com muito sentimento.

Estamos esperando o próximo para poder prestigiar!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Afinação

Viver com arte... Até mesmo no desengano, ou na sorte boa... no trabalho e na hora vaga... Dramatizar os sofrimentos como quem interpreta um Shakespeare, um Nelson Rodrigues, Um Sófocles... Rir como um bufão da corte de Luiz XV... Amar como um jovem tolo e ingênuo, ter a perspectiva de uma criança, ou de um velho ao acordar... Desconfiar sempre de que tudo pode ser ainda além do que vemos ou sentimos... Sentir a dança dos passos numa reles caminhada... a poesia das coisas mudas, a sinfonia das imagens, os ritmos os tons... Constatar que às vezes a vida social é como uma novela engraçada, trágica, enfadonha... Errar e ter medo de constatar ser seu próprio juiz... Tocar...
Tocar com gosto. Afinar, afinar antes de tocar... Afinar...

Moeda de Diógenes

Se pensas que és honesto, não vires a cara quando se olhar no espelho.
Se não tens espelho e desconheces tua imagem, perdestes o faro...
A força é falsa diante da inteligência,
A inteligência é falsa diante do sentimento,
O sentimento é falso diante da ética,
A ética é falsa diante do espelho moral,
A moral é falsa no espelhamento do aprendizado,
O Aprendizado, diante do desejo...
Desejo, dentro de nós...

E nós... Somos a própria face. Somos a moeda.