terça-feira, 10 de abril de 2012

Nota conquistense sobre o público

Um dos indicativos significativos que dão uma impressão, como todas as impressões que são apenas um recorte, porém, um recorte de uma multiplicidade e não de um corpo coeso, é a impressão que nos causa uma platéia.
Me senti movido a comentar um pouco sobre o público conquistense nesse último período de atividades que têm acontecido na cidade e que tenho assistido.
Em primeiro, a massiça comparecimento do público ao Centro de Cultura para assistir desde ao Verão Cênico à Mostra Conquista de Teatro. Em maioria teve entre uma boa quantidade de público a casa cheia. Isso nos faz questionar sobre o que que é de interesse da população, em relação a espetáculos artísticos, principalmente se o público vai assistir a trabalhos nunca vistos e que, em boa parte deste público, não tem uma referência sobre o que exatamente é a peça. Mas existe uma predisposição ao novo, ao desconhecido que renova o ânimo desses atores que há um bom tempo estiveram desestimulados. Algo simples que justifica o fazer sem que necessite de justificativas outras, utilitárias, acadêmicas ou de outra natureza. O fazer teatro, o ir ao teatro é um rito. A arte é uma rotunda de todo esse processo. Envolve amplamente aspectos presentes, sempre como parte que completa e permeia a vida, se essa merece dividir com aquilo que é essencial a alma, às coisas imateriais. Ir ao teatro é uma execução de arte, pois os leitores são executores, parte do mecanísmo no qual opera a performance. Ir ao teatro, ou a qualquer espaço que abrigue o fazer artístico em exposição, é contemplar a parte que lhe ocupa esse campo imaterial essencial.

Com poucas ressalvas, no geral o público conquistense tem se mostrado presente e com um comportamento invejável, como foi o caso das seis mil pessoas no espaço Miraflores, assistindo a execuções sinfônicas da Neojiba em silêncio. Mas também as manifestações de riso, ou breves interjeições no hilário de algumas cenas de teatro dos grupos conquistenses, como nas palmas ao final das peças.

Todos nós temos muito o que aprender com cada espetáculo, ou temos apenas que sentirmo-nos mudados, transformados pelo simples ato de conviver, viver-com, estar junto, presentes. Criticando, elogiando, protestando... da forma que for, mas de alguma forma, mais perto.

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