domingo, 29 de abril de 2012

Incorpóreo




Não se espera
Apenas mover-se é o bastante
Enquanto não há sentido que ordene
Enquanto tudo que existe é um estranhamento incorpóreo
Que ri enquanto se desconhece a si
Não importa se as mãos nada tocam
Se perderam a métrica
Se o corpo parece um monte de partes reunidas
Que ainda não se entenderam, nem sabem quem as reuniu

Se se perdeu o olhar,
A voz e qualquer palavra que soubesse

Se o corpo perdeu a formação
E busca inerte a vocação de corpo

Em um momento...
Ele se encontra
E sai a procura do que o habitava
Ou de alguém que o habite
Ou de um outro corpo
Para acolherem-se mutuamente
Num encontro de ninguém








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