domingo, 22 de abril de 2012

Breve canto


Que volte mais tarde
Enquanto não se pode restar nada do íntimo
Nem dos mínimos sentidos
Dissipados pelo espanto que consome o tempo...
Mas permanecem como poeira
Numa sala
Num casarão
Poeira sobre um livro
Livro numa Janela
De onde se vê um riacho
Onde tem uma gruta
Perto duma árvore
Com muitos ramos de flores
Que foram colhidas pelo outono
Que foram bebidas
Com doces olhares
Tão longe de tudo isso aqui agora...
Mas que ao menos volte mais tarde
Como as canções que voltam
Como voltamos nas canções
Se ainda lembrarmos como se canta
Como se dança
Não importando como
Talvez, nem quando
E se não voltar
Escreve na poeira
O menor poema...





3 comentários:

Anônimo disse...

Uma xícara de café na mão e um olhar para o horizonte são suficientes para um novo começo....

Anônimo disse...

ou apenas levante o rosto para o vento contar os segredos que tens buscado....

Anônimo disse...

... ou para olhar de outro ângulo o que já sabes...