sexta-feira, 27 de janeiro de 2012





Lembrando Anchieta...


Esquecer, para a calma bailar um pouco
Apagar tudo que se descreve na areia
Todo risco é coberto, é movido
Imerso n´água tudo flutua...
Todo peso é mais leve
Toda certeza é nua

Uma espera
O giro lento do dia...
Desperto sempre com o vento vivo e sem dono
Com a lembrança da pele no toque frio do mar

E como apagar, se teu texto agora é onda
Mar, é areia, céu, vento?
Se a natureza é uma estante de antigos pergaminhos
Incunábulos, papiros...
Uma primavera de páginas revoltas
Se é professora e eu apenas um aluno tolo
Por pensar apenas
Que em tudo pode haver poemas

10 comentários:

Anônimo disse...

Todos somos professores e alunos. Pedende da ocasião e do contexto.

Talvez sejamos todos "alunos tolos", posto que todos somos aprendizes neste mundo que não valoriza aos mistérios da vida.

Anônimo disse...

Como esquecer? Será possível?! Por mais que as Ondas apagem os riscos da Areia, mesmo que o Vento movimente os grãos de areia, apagando o que foi construído, há momentos em que o próprio Vento faz movimentar um Mar de lembranças, assim como as nuvens se movimentam no Ceú. Mas assim é a VIDA. Feita de lembranças. Lembraças que não podem ser apagadas pois estão sempre em movimento, assim como o mar, a areia, o céu, o vento... Como apagar? Quem souber, por favor, ensine-me.

Anônimo disse...

Talvez não seja necessário esquecer para acalmar a alma, mas compreeender os fatos e assumir a responsabilidades pelos atos ou omissões que culminaram no presente, no hoje.
Talvez o melhor é mudar a maneira de ver o passado e o presente, mudar para melhor e de forma positiva.
Mas sei que não é fácil...

Anônimo disse...

flusiOra! A vida embriaga-nos de sensações diversas...o esquecimento não deveria existir, posto que todos os fatos explicitam a nossa capacidade ou mesmo incapacidade de viver e sentir. Cabe-nos, caros amigos, tão só amadurecer nossos pontos de vista e transpor qualquer eventual negativismo com o poder que temos de criar novas molduras para antigos quadros!
A experiência obtida remete-nos a um conhecimento mais profundo e a uma abertura para novas vivências, novas maneiras de enxergar as coisas...enfim, como disse um amigo, certa feita, "novas cores"!

João Omar disse...

Soave Mari Magnum...
Se a lua rege sua imensidão azul
Sua calmaria e a tempestade sua
Me rege o meu desejo de ave
E o mar inveja as gaivotas
As ondas querem virar asas
Estam querendo voar

Anônimo disse...

Excelente comentário querido(a) anônimo(a)! Devemos pôr novas molduras nos antigos quadros e passar a vè-los com novas cores, considerando a experiência vivida.

Anônimo disse...

As ondas não precisa voar, mas mover-se constantemente. Seja na calmaria ou na tempestade pode o mar mover areias e criar lindas paisagens.

Anônimo disse...

Para cada qual a beleza incomparável do seu "ser-estar"...enamora-se da gaivota o imenso e portentoso mar...e enamora-se do mar a gaivota, em sua comparação, assaz pequena. E a tudo isto a sua importância no quadro, estejam juntos, ou separados...bem como as nuvens, as estrelas, a areia, os sons, os corais, as anêmonas, as águas-vivas...tudo "o que é" constrói desde já para si mesmo um papel de rara e incomparavel importância!

O desejo de transmutação e a ambição pelo intangível é sempre uma bela contemplação do elemento mais Belo do outro...e é sempre uma descoberta que haja também do outro o vislumbre sobre nós!
Vivemos nesta aventura incessante buscando sempre aquilo que ainda desconhecemos existir em nós mesmos!

João Omar disse...

Comentários ainda melhores... Que fazer, só quis pousar o mar num céu de areia...

Xica Lima / De Lagarta a Borboleta disse...

sim... em tudo pode haver poemas.